quinta-feira, 22 de março de 2018

Entrevista: Azaias Rodrigues (Zaza)


Asaias Rodrigues, conhecido no meio artístico como Zaza, tem 36 anos, nascido e criado em Afogados. Fez cursos de iniciação ao teatro perto de sua casa e encontrou um grupo de teatro no colégio Contato com dois professores: Ricardo Mourão e Luciana Lira. Foi aluno durante três anos e a partir daí trilhou seu caminho no teatro.

Com dificuldades na escola e no vestibular para artes cênicas, Zaza foi aprendendo “na tora” a fazer teatro. “A escola veio depois dos artistas. Esse caminho artístico você pode trilhar independente”, conta o artista.

Senhora dos Afogados, O Seminarista e Navalha na Carne são peças que fazem parte do seu currículo, entre muitos outros espetáculos. Seu primeiro espetáculo foi Beleléu Existe Mesmo de um grupo na Mustardinha quando Zaza ainda estava pensando em fazer teatro.

Asaias fez parte do espetáculo Rei Rodelas, de Adriano Marcena, como prova pública no ICT com o professor e diretor Eduardo Santana, de quem se tornou amigo.

Desde 2007, Asaias faz Mucurana – De mundo afora e história adentro, onde ganhou prêmio de melhor ator com a personagem.

Confira a entrevista:

Quando foi que você começou a se interessar por teatro?

Eu desde criança tinha essa veia artística – sempre desenhava e pintava. Minha família (minha avó principalmente) apreciava muito os meus desenhos, guardava e tal. E aí eu comecei a desenhar quadrinhos [na adolescência].

Para desenhar, me levantava da mesa, fazia as posições, as cenas e tal e voltava pro desenho pra meio que entender isso. E aquilo me liberava, mas ao mesmo tempo me deixava muito angustiado porque faltava alguma coisa pra eu me expressar.

Eu sempre fui um garoto problema na escola porque sempre tirei nota baixa. Repeti cinco anos. Minha mãe me colocava em tudo que era tipo de coisa porque eu era o único entre os meus quatro irmãos homens que não sabia o que queria. Minha mãe me colocou em curso de pintura, de natação e, modéstia parte, eu era bom em tudo. Mas não me sentia realizado. Desistia logo.

Um belo dia eu estava assistindo televisão e vejo –acho que foi – Tony Ramos fazendo uma cena lá intensa e eu disse “Nossa, é isso que eu quero fazer. Como é que se chama isso?”. Minha mãe disse que era teatro. Mas ela não colocou muita fé porque sabia que eu desistia das coisas.

Lá eu conheci um pessoal de Olinda, a família Barros, que me chamaram pra fazer um trabalho. Fiquei fazendo aquele espetáculo perto da minha casa, esse curso e esse negócio em Olinda [grupo Estrela de Ouro]. Eu fui mudando de escola e eu acabei nessa escola Contato onde encontrei dois grandes mestres e dali foi uma bomba.

Um belo dia o meu irmão mais velho viu um cartaz na rua escrito “precisa-se de atores e não-atores para um espetáculo”. Era perto da minha casa, na Mustardinha e eu fui lá com a minha mãe ou com meu irmão mais velho. Conheci o pessoal muito tímido e eles já me pegaram, estavam precisando de gente.

Paralelo a isso eu pedi ao meu pai um curso de teatro e ele achava que não valia à pena. Briguei com ele e ele acabou pagando um curso de teatro e vídeo pra mim numa escola chamada Arcozelo.
Depois eu comecei a fazer uns trabalhos, tentei artes cênicas e não funcionou; continuei trabalhando, fiquei super orgulhoso com meu primeiro cachê. Comprei um CD de música da Nova Era. Foi muito emocionante isso pra mim porque eu meditava muito em casa e aí depois eu entrei na universidade de publicidade.

Como foi que você chegou até o ICT?

Eu cheguei no ICT porque o meu pai viu… ou eu achei na Agenda Cultural… e esse foi o segundo curso que meu pai pagou pra mim [em meados de 1997]. Conheceu Adilson [diretor do ICT] se sentiu confiante e me colocou na escola.

Participação de Asaias em “Dell’Artianas Populares” como convidado especial.

Foi bem interessante porque a escola tem um perfil mesmo de escola. No começo eu não aceitava esse caráter da escola porque eu sempre tive problema com escolas. Tinha uma resistência muito forte com isso. Mas com o tempo eu percebi o quanto é importante ter gente como Adilson nos bastidores fazendo a coisa acontecer.

Às vezes a gente não dá conta de fazer todas as outras coisas de ser produtor, de ser diretor, de ser ator, de ser iluminador. Então é muito importante mesmo. Hoje eu tiro o chapéu para a importância dessas pessoas.

Tive um encontro com Hermilo Borba Filho, na direção de Carlos Carvalho fazendo Mucurana – O Peixe, depois o espetáculo acabou e eu mantive esse personagem porque esse personagem mudou a minha vida. Mantive o personagem e criei um novo espetáculo chamado Mucurana – De mundo afora e história adentro e com esse espetáculo eu viajei para alguns lugares – levei pra Itália, produzi em italiano.

É um espetáculo cheio de frases populares. Existe um monte de poetas invisíveis dentro da dramaturgia de Mucurana que são tão importantes quanto os dramaturgos da história.

A minha avó, por exemplo, é uma grande colaboradora da dramaturgia de Mucurana porque eu recolhi dela muitas histórias, ditos populares, provérbios, charadas e coloquei no texto de Mucurana e foi enriquecedor. Muito enriquecedor na minha literatura, na minha filosofia.

Mucurana na Itália:


Quem está na produção de Mucurana?

Pensei que teatro era só o ator que entrava e fazia a cena dele. Lá trás tinha um elenco inteiro que tomava conta dele, das roupas dele, do cabelo, maquiagem, luz. Tudo dele.

Esse ego foi sendo destruído na marra e eu fui descobrindo que não tem coisa mais simples do que pisar no chão, fazer as coisas com simplicidade. Um desses aprendizados é que esse excesso de ego de nós artistas faz a gente não se importar com luz, não se importar com som, não se importar com produção e a gente só vai sofrer mais tarde. A não ser que a gente consiga realmente muito trabalho nesse caminho onde a gente só sobe no palco e faz a cena.

Mas como eu escolhi um caminho diferente, de independência, de liberdade, então eu tive que aprender sobre produção. Ainda não sei de nada. Então produção é uma coisa bem difícil, mas sou eu quem produz Mucurana. Na Itália, a minha esposa me produziu muito. E encontro parcerias.

O que fez Zaza se interessar por Mucurana:


Como você vê hoje a influência do ICT para sua vida profissional?

Eu tou achando muito interessante esse meu reencontro com o ICT. Muito bonito. Eu saí muito magoado, porque eu era muito jovem. Eu bati de frente com Adilson, porque eu sempre fui muito rebelde. Era muita prepotência da minha parte.

E aí de repente esse homem me encontra e fala comigo. Fui aceitando ele e fui percebendo que eu cresci e que meu coração também cresceu. Ele é lindo nas suas capacidades e nas suas limitações. Ele tem um orgulho e ao mesmo tempo uma humildade de aceitar as coisas, de respeitar as pessoas. Fui entrando com receio e fui me amolecendo.

Tou muito feliz. Tou me sentindo em casa.

Conselho de Zaza para estudantes de teatro:


* * * * *

Todas as terças, Zaza faz parte da leitura dramatizada do conto Lázaro de Hilda Hilst no Espaço ACRE, localizado no apartamento 701 do Edf. Iemanjá na Rua da Aurora a partir das 20h. Contribuições voluntárias a partir de R$15.


Matéria escrita em 2015 para o site do ICT
Produção, edição, fotografia: Patrícia Valéria

Entrevista com Sandra Ribeiro durante o Cine PE (2014)



Entrevista com a cineasta Sandra Ribeiro durante a Mostra Competitiva de Curtas-metragens Pernambucanos no Cine PE em 2014.

A entrevista fez parte da cobertura do Cine PE para a cadeira de Radiojornalismo da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Reportagem especial: Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe)



Reportagem realizada para a cadeira de Radiojornalismo durante minha formação na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
Entrevista concedida por Onildo Moreno, historiador do Maspe.
Reportagem e edição: Patrícia Valéria.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Cobertura da #bienalpe 2017

Tive a oportunidade de produzir alguns vídeos na XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco (2017) com a intenção de divulgar e registrar o evento no meu blog.

O tema da Bienal em 2017 foi Democracia e Liberdade:



Lima Barreto (1881-1922) e Fernando Monteiro foram os homenageados da XI Bienal de Pernambuco. Tive a oportunidade de entrevistar Fernando Monteiro, autor do romance O Livro de Corintha e do livro de poesia Vi uma foto de Anna Akhmátova. Escrevo sobre essa experiência neste link.



A Bienal é também um espaço para autores brasileiros lançarem seus livros e divulgá-los. No vídeo a seguir, escritores falam sobre suas obras:



Perguntei também aos expositores sobre os livros que os marcaram. Afinal, a maioria dos expositores na Bienal são livreiros, nutrem sua paixão pela literatura, vendem livros em que acreditam e indicam boas obras para os amantes da literatura.

Proposta de release para a mostra da Exposição Nordeste Semita


Mostra da Exposição Nordeste Semita

            Mostra da Exposição Nordeste Semita acontece entre 12 a 19 de novembro no Museu Regional de Olinda (Mureo). A abertura da exposição acontece dia 11 de novembro às 19h30.
            O artista olindense Onildo Moreno apresenta mais de 20 obras da exposição Nordeste Semita que passaram pela Semana do Brasil no Museu Judaico de Belmonte, em Portugal. A exposição aconteceu no mês de abril desse ano.
            A mostra ainda é inédita no Brasil e terá sua primeira exibição para os olindenses. Em arte naïf, as obras remetem às tradições e costumes do povo judeu no sertão nordestino.
            Onildo Moreno é artista plástico, poeta, escritor e historiador. Trabalha no Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe) há cinco anos, é membro da União Brasileira dos Escritores (UBE) e da Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda.

Abertura: 11 de novembro às 19h30
Mostra: 12 a 19 de novembro
Local: Museu Regional de Olinda (Mureo)
Endereço: Rua do Amparo, 128 – Amparo, Olinda

Contato
Onildo Moreno
98449.1085
onildomoreno@hotmail.com

Redes Sociais

Projeto Nordeste Semita, artista Onildo Moreno


Apresentação
O projeto trata-se da mostra da exposição Nordeste Semita que foi à Portugal, em sua primeira edição, durante o evento segunda Semana do Brasil que acontece anualmente na cidade de Belmonte, onde Pedro Álvares Cabral nasceu.
A exposição conta com mais de 10 quadros em arte naïf feitos pelo artista plástico olindense Onildo Moreno.

Objetivo
·         Promover o trabalho do artista olindense Onildo Moreno
·         Levar a exposição para o Brasil e para o mundo
·         Trazer para o público pernambucano a cultura judaica, e suas influências na arte naïf

Justificativa
A arte produzida pelo olindense Onildo Moreno traz um tema pouco abordado: influências judaicas na vida rural. Judeus que se refugiaram no interior de Pernambuco e se tornaram cristãos novos por conta da perseguição religiosa antissemita, mas não perderam seus costumes judaicos.
É disso que se trata a exposição Nordeste Semita. Ou seja, além da importância para a arte em nossa região, ela também traz à tona a cultura judaica presente na área rural.
Sua primeira exposição aconteceu na Europa e agora o artista deseja aperfeiçoá-la em uma mostra em Recife.

Público-alvo
Público em geral, estudantes, interessados na arte e na história do povo judeu, judeus e entusiastas na arte naïf.

Currículo
Onildo Moreno começou a pintar em 2013 para produzir a capa de seu livro de poesia A Pecadora, e desde então participa de exposições anualmente. Há cinco anos trabalha no Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe) como historiador do Instituto Histórico de Olinda e graduando pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Participou da exposição da Marinha, exposição da Primavera dos Museus, e do evento Cumplicidades. Além disso, o artista doou a obra Miragem para o Museu Internacional de Arte Naïf no Rio de Janeiro, doou obras para o Museu Judaico de Belmonte e também doou para o Maspe.
Recentemente tornou-se membro da União Brasileira dos Escritores (UBE) e da Sociedade dos Poetas Vivos (SPVO).
            Por ter descoberto a sua ascendência judaica e ter retornado ao judaísmo, Onildo transmite a cultura de seu povo em seus quadros transmitindo a herança judaica no sertão nordestino.



Ficha Técnica

Produção
Patrícia Valéria

Curadoria
Maria do Carmo Wanderley

Montagem
Atelier Mutirão da Cultura

Apresentação
Eduardo Garcia

Fotografia
Patrícia Valéria
David Araújo

Filmagem
Marconi Edson
Alexandre Macedo

Agradecimentos
Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe)
Museu Regional de Olinda (Mureo) na pessoa de Ana Correa
Editora Babecco nas pessoas de Manuel Oliveira e João Vitor
Oficina de Cerâmica Jacira Lucena

Designer
Maíra Layme

Valor aproximado do projeto
R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Planejamento
PRIMEIRO MÊS
Projeto pronto e enviado
Planejar vídeo
SEGUNDO MÊS
Execução vídeo
Execução textos
Planejar lançamento
Artes e gráfica
TERCEIRO MÊS
Edição vídeo
Revisão textos
Planejar assessoria
Produtos finalizados
QUARTO MÊS
Revisão geral
Expografia
Assessoria



Algumas obras


Sinagoga Israelita do Recife
Obra: Onildo Moreno
Foto: Patrícia Valéria

Olinda século XVI
Obra: Onildo Moreno
Foto Patrícia Valéria

Projeto A Recife, exposição do artista Júnior Tavares


Recife é representado em telas do arrecife em cinco transformações que o tempo nos agracia, cada qual com sua beleza distinta, daí surgem três perspectivas diferentes de casas de força lá localizadas. Os vários tons que surge diariamente mostra que todo plano tem sua singularidade conforme a luz.
Júnior Tavares – Artista Plástico

Objeto
A exposição trata-se de 15 telas representando uma casa forte por três ângulos diferentes em cinco situações diferentes do dia (crepúsculo, nascer do sol, chuva, pôr do sol e noite). Todas as telas são representadas por óleo sobre tela na dimensão 1,20m por 58cm. As 3 casas de força, onde estarão as telas, ficam localizadas próximas às esculturas de Ricardo Brennand, no Marco Zero de Recife.

Justificativa
            Mostrar um olhar sobre a cidade do Recife e principalmente para os seus detalhes ainda desconhecidos pela maioria do público pernambucano é uma das grandes características encontradas no trabalho do artista Júnior Tavares.
            A ideia do autor das obras é original, feita antes somente através da fotografia. Dessa vez a perspectiva dos horários do dia e situações diferentes de um mesmo objeto é retratada através das artes plásticas.

Objetivos

Geral
Montar a exposição do artista pernambucano Júnior Tavares com suas telas que mostram um detalhe de nossa cidade que muitos não despertam para contemplar.

Específicos
          Fazer com que, através das obras, as pessoas reflitam sobre os detalhes ainda não vistos de Recife;
          Fazer com que as obras interajam com o público;
          Conhecimento do público com o trabalho de Júnior Tavares, por ser um artista iniciante;
          Produzir um vídeo-arte;
          Despertar interesse em artes plásticas;
          Promover uma oficina para crianças de escola pública.


Público-alvo

Estudantes de arte, artistas, turistas, recifenses, alunos das redes das escolas públicas e privadas do ensino médio, localizadas no Recife e na Região Metropolitana.


Estratégia de ação

Primeira etapa         
Execução das esculturas e fotografias;
Produção do vídeo-arte;

Segunda etapa         
Finalização das obras 03 (três) esculturas tácteis para o manuseio dos deficientes visuais);
Edição das fotografias;
Produção de textos-legenda;
Divulgação.

Terceira etapa          
Expografia;
Montagem;
Execução da exposição.

Quarta etapa
Relatório;
Prestação de contas.